Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 1378-1 | ||||
Resumo:Apesar da eficácia das vacinas no controle da evolução de COVID-19, os indivíduos ainda estão suscetíveis a transmissão do vírus através do contato com secreções das vias aéreas. A utilização de enxaguante bucal surge como uma estratégia viável de implementação contra a infecção por SARS-CoV-2, podendo assim reduzir a transmissão viral por gotículas da saliva. Dessa forma, compostos inovadores anti-SARS-CoV-2 são necessários para prevenir a doença. Nesse contexto, moléculas biotecnológicas surgem como novas estratégia para este fim, um exemplo são soforolipídios, que pertencem a classe de glicolipídios extracelulares, na qual são consideradas moléculas naturais, não toxicas e antimicrobiana. Essa atividade dos soforolipidios pode ser explicada pela natureza anfifílica, que permite a interação com o domínio hidrofóbico da membrana dos microrganismos, levando à lise celular. Esse mecanismo pode ser inferido aos vírus envelopados, sugerindo uma ruptura da integridade do envelope e perda da infectividade viral. Os soforolipídios utilizados no desenvolvimento do enxaguante foram produzidos por fermentação submersa, utilizando a levedura S. bombicola em meio contendo ácido oleico, glicose e extrato de levedura seguida de extração e caracterização. Após a separação, o bioativo foi incorporado na formulação do enxaguante bucal na concentração definida pela atividade antiviral e seguido de caracterizações físico-químicas e organoléptica. Também foi avaliada a irritação da mucosa oral in vivo utilizando camundongos e análises histológicas do tecido na mucosa oral. A atividade anti-SARS-CoV-2 foi realizada contra as cepas Wuhan e Delta em contato com o enxaguante com soforolipídios, por um minuto. Os resultados dos testes antivirais do enxaguante bucal inativou ambas as cepas de Sars-CoV-2, após um minuto de contato, demonstrando 100% de atividade virucida, e nenhuma irritação na mucosa oral foi observada pelos testes histológicos. A formulação do enxaguante permaneceu homogênea e sem precipitação com uma cor levemente amarelada, característica dos soforolipídios. O pH permaneceu entre 5,0 e 6,0 e a densidade entre 0,900 e 1,100, que são características favoráveis para um enxaguante. Nesse contexto, a produção biotecnológica de uma molécula inovadora e natural, surge como uma nova estratégia antiviral em formulações de enxaguante bucal contra o coronavírus. Palavras-chave: Atividade virucida, Bioativo, Covid-19, Glicolipídios, Produto biotecnológico Agência de fomento:Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). |